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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Queremos inclusão digital! Urgente!

Ministro das Comunicações anuncia a criação de uma nova secretaria: a da inclusão digital.

Pode-se questionar a criação de mais uma secretaria, as inúmeras já existentes poderiam trabalhar mais com menos burocracia. No entanto sabemos o quanto é necessário trabalhar esse aspecto, o da inclusão digital.
O Brasil precisa avançar muito nesse campo, não há como adiar investimentos na área de comunicação, de banda larga e principalmente na democratização da internet.
Infelizmente ainda sofremos com os altos custos para ter acesso à internet. Por conta dos monopólios absurdos que não facilitam a vida do cidadão brasileiro.
É incrível como estamos na contramão do progresso em muitos sentidos, as operadoras, com seus preços abusivos, deixa a maioria dos cidadãos sem ter em suas casas internet banda larga. Pacotes são fornecidos com preços que pesam no orçamento.
Telefonia infelizmente ainda custa muito no bolso do trabalhador brasileiro, que além de outras despesas, altos impostos, que podemos considerar verdadeira exploração e massacre para evitar a qualidade de vida, ainda têm a questão do acesso à rede mundial de computadores.
Democratizar a internet, quebrar o monopólio das operadoras de telefonia, facilitar a livre concorrência, traria progresso, melhoraria da alguma forma a vida do cidadão, como também potencializaria a pesquisa, a educação, o acesso de uma forma geral a informação, pois há apenas 5,8 conexões para cada 100 brasileiros; operadoras chegam a cobrar preços 24 vezes mais caros do que nos EUA. Ou seja, acesso à internet no Brasil é caro e ruim.
Segundo o IBGE, 104,7 milhões de brasileiros não acessam a internet. Muitos brasileiros são obrigados, pela necessidade, a navegar caoticamente utilizando uma conexão discada, que ocupa a linha telefônica e obriga o usuário a navegar de olho no relógio, já que é cobrada por hora.
O que questiono é que o Brasil, que para muitos países aparece como destaque, em ascensão e que será sede da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ainda mantém a maioria da sua população longe de século 21.
Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) uma assinatura do serviço de banda larga, custa em média R$ 162,00 por mês, o que equivale a 31,8% do salário mínimo. Sendo assim, o Brasil possui um dos serviços de acesso à banda larga mais caros do mundo porque os preços são deixados à mercê do mercado, sem nenhuma garantia ao consumidor, numa realidade de monopólio das companhias telefônicas, massacrando o cidadão brasileiro e impedindo o seu acesso à internet.
Muitos não sabem, mas as operadoras são obrigadas a entregar apenas 10% da banda prometida. Ou seja, se um usuário contrata um serviço de 1 Mbps (Megabit por segundo), sabendo que grande parte dos serviços estão abaixo disso, a operadora geralmente pode fornecer apenas 100 Kbps. Sendo assim, constata-se que o problema ainda é maior, paga-se um absurdo por 10% do serviço contratado. Ninguém defende o cidadão brasileiro, que está praticamente abandonado à própria sorte e às promessas fantásticas dos políticos.
Um estudo do Banco Mundial que analisou a influência da expansão da internet em 120 países concluiu que cada 10% de avanço na penetração dos serviços de banda larga gerava automaticamente um aumento de 1,3% no crescimento econômico de uma nação. Portanto, o futuro do nosso país também depende de um projeto sério nessa área.
Esperamos que não fique apenas em vagas promessas, mas que o ministro de fato, concretize seu discurso com medidas práticas e que de forma efetiva traga benefícios ao povo brasileiro, pelo menos em uma área de fundamental importância que é a da comunicação.



Demóstenes Monteiro Coelho

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